Rosalina’s Ghostly Seed: The Story of Miscarried Patriarchal Legacies in Autran Dourado’s Ópera dos Mortos

Robert H. Moser
PDF extract preview

This is a PDF-only article. The first page of the PDF of this article appears above.

Resumo

Neste ensaio examinamos como o escritor brasileiro Autran Dourado utiliza a figura do morto, ou mais especificamente do morto-vivo, como elemento organizador no seu romance Ópera dos Mortos, publicado em 1967. Propomos que a metáfora do morto-vivo funciona como forma eficaz de articular a perpetuação de um sistema patriarcal que, apesar de ser obsoleto num contexto moderno, continua a exercer uma profunda influência na cultura mineira. A personagem central do romance, Rosalina, é prisioneira no seu sobrado patriarcal, cultivando um luto perpétuo dos seus antepassados e, consequentemente, se isolando nos parâmetros tanto temporais como espaciais do seu universo familiar. Ela é, neste sentido, a personificação de uma sociedade cuja veneração do passado não permite a mudança sócio-política significativa e necessária. Ao mesmo tempo, a narrativa frequentemente opaca e barroca de Dourado recusa, no final, uma interpretação puramente política, convidando assim o leitor a explorar as facetas tanto trágicas como poéticas da própria identidade mineira.

This article requires a subscription to view the full text. If you have a subscription you may use the login form below to view the article. Access to this article can also be purchased.

Log in through your institution

Purchase access

You may purchase access to this article. This will require you to create an account if you don't already have one.