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Resumo
Abstract
Este artigo descreve e analisa uma romaria ao santuário de São Francisco das Chagas, no município de Canindé (Ceará), no nordeste brasileiro. Ele foi escrito em resposta a um comentário de Daniel Gross feito há três décadas, descrevendo a ausência da romaria na literatura etnográfica. Baseado em estudo de campo realizado em fins dos anos oitenta e início dos anos noventa, juntamente com recentes visitas relativas e dados coletados em nossos estudos sobre outras religiões “populares,” os autores testaram as hipóteses de Gross sobre as relações entre os padrões das relações sociais nas esferas religiosa e social. Gross propõe que as trocas assimétricas realizadas pelo fiel com o santo no domínio dos espelhos sagrados é a mesma entre o patrão e o cliente no mundo secular. Os autores concluem que apesar de consideráveis mudanças na cultura e sociedade brasileira durante a última metade do séculovinte, o imaginário de uma troca assimétrica entre um pedinte fevoroso e um supernatural com a habilidade de satisfazer suas necessidades, continua espalhada na vida religiosa brasileira e segue como um importante modelo de organização social no domínio secular. A análise nos permite integrar o estudo da peregrinação, o culto de santos e o “catolicisto” popular na literatura em religiões centemporâneas brasileiras. Nós concluímos que a religião deva continuar a ser vista como um paradigma para as relações seculares modernas. Além disso, nós propomos um esquema/plano de trabalho revisado para compreender a religião brasileira e a vida simbólica e suas relações com a organização social da sociedade.
- © 2006 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System
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