On the Margins of Fernando Pessoa’s Private Library

A Reassessment of the Role of Marginalia in the Creation and Development of the Pre-heteronyms and in Caeiro’s Literary Production

Patricio Ferrari
PDF extract preview

This is a PDF-only article. The first page of the PDF of this article appears above.

Resumo

A actividade pre-heteronímica de Fernando Pessoa não se limitou ao domínio da escrita, mas também à leitura da sua biblioteca por parte de alguns dos seus pre-heterónimos. Neste ensaio, interrogamo-nos precisamente sobre a génese do desenvolvimento heteronímico a partir desse outro espaço, a biblioteca, onde, já nos tempos de Durban, o poeta começara a cultivar o seu fascínio pela alteridade. A relação entre a marginalia nos vários livros assinados por alguns dos pre-heterónimos (Pip, David Merrick, Lucas Merrick, Sidney Parkinson Stool, Charles Robert Anon e Alexander Search), as listas de projectos, certos poemas e outros escritos breves destas primeiras personalidades literárias demonstram a que ponto a experiência do desdobramento esteve ligada, desde cedo, a uma efervescente actividade de leitor — de escritor-leitor e, gradualmente, de leitor-escritor. A presença dos pre-heterónimos, enquanto proprietários de livros, estende-se ao longo de quase uma década, desaparecendo por volta de 1910, uns anos antes da eclosão dos heterónimos. Contudo, esta viragem não fechará a biblioteca à figura de Caeiro, cujo nome, como veremos, aparece de forma diversificada nas margens, capa interior e sobrecapas de algumas obras desta biblioteca plural.

This article requires a subscription to view the full text. If you have a subscription you may use the login form below to view the article. Access to this article can also be purchased.

Log in through your institution

Purchase access

You may purchase access to this article. This will require you to create an account if you don't already have one.