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Resumo
Durante a belle époque brasileira, especialmente na primeira década do século vinte, os espaços públicos do Rio de Janeiro sofreram umas transformações substanciais. O presidente Rodrigues Alves, que liderou o país de 1902 a 1906, iniciou uma grande reforma urbana, conhecida como o “bota-abaixo” para reconstruir a imagem e o espaço físico do centro da cidade. O Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas da época, nos seus relatórios anuais, relatou as realizações mensuráveis da modernização, como, por exemplo, a inauguração dos primeiros postes de luz elétrica da capital e as dimensões das novas avenidas. Porém, foram os escritores da época que ofereceram relatos mais matizados do bota-abaixo. Retratos jornalísticos e ficcionais das reformas empregavam métodos literários como antropomorfismo, hipérbole, ironia, fantasia e sátira para contar uma história vibrante das transformações dos espaços públicos do Rio de Janeiro. Os textos investigam componentes simbólicos, morais, sociais e estéticos do bota-abaixo. Dão sentido às reformas ao indicar o tipo de história que estão contando e ao envolver as reformas em conflitos e resoluções. A iluminação elétrica, em particular, está posta no centro dessas narrativas. Por um lado, ela tinha uma finalidade prática: fez com que as viagens noturnas se tornassem mais seguras e simples. Por outro lado, ela brilhava como um símbolo do iluminismo do Brasil. Ao representar os ideais práticos e simbólicos da reforma, a iluminação pública se tornou uma sinédoque da modernização. O artigo analisa textos de Olavo Bilac, Ferreira da Rosa, Lima Barreto e João do Rio.
- © 2012 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System
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