
This is a PDF-only article. The first page of the PDF of this article appears above.
Resumo
O híbrido e muito celebrado poema dramático “para vozes,” Morte e vida severina: Auto de Natal pernambucano (1954–1955), de João Cabral de Melo Neto, responde ao que Cabral freqüentemente lamentava em seus escritos como “o impasse da poesia moderna” ou “o abismo que separa hoje em dia o poeta de seu leitor.” Este “impasse” tinha a ver com a perspectiva de Cabral que postulava a poesia como um gênero mal ajustado ao moderno ao nível da forma, e ao nível do conteúdo ele significava para a figura do poetaautor um lugar de articulação desejado mas ausente na esfera pública cada vez mais marcada pela técnica. Entretanto, seria teoricamente insuficiente reinterpretar a sua obra poética como um mecanismo que tentava resolver este abismo através de uma técnica “participante” e “engajada.” Um quadro alternativo pode ser deduzido por dentro de Morte e vida severina se seguirmos suas conseqüências formais até ao seu final explosivo. Neste artigo, eu exploro esta constelação de problemas políticos e literários através de uma leitura do poema como um projeto da forma que responde com poder à crise da letra poética em meados do século XX no Brasil.
- © 2013 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System
This article requires a subscription to view the full text. If you have a subscription you may use the login form below to view the article. Access to this article can also be purchased.