Panis et Circensis

The Brazilian Circus Imaginary from Modernism to Tropicália

Jason Borge

Abstract

O circo é uma prática fundamental para melhor se compreender as negociações contenciosas entre os intelectuais brasileiros e a cultura de massas durante o processo da modernização. Este artigo se propõe a articular alguns pontos de contato entre o Modernismo brasileiro (anos 20–30) e o Tropicalismo (anos 60) a partir do imaginário cultural circense tão relevante para ambos os períodos. Neste contexto, Piolim [Abelardo Pinto] e Chacrinha [Abelardo Barbosa] impõem-se respectivamente como figuras paradigmáticas, já que os dois palhaços célebres servem como modelos para uma produção cultural de vanguarda ao mesmo tempo tradicional e moderna, crítica e popular. Contudo, Piolim e Chacrinha não somente servem como matéria prima nas intervenções de artistas tais como Mário de Andrade e Caetano Veloso, mas também apropriam-se da intelectualidade brasileira para alcançar “agência” própria. Isso acontece particularmente no caso de Chacrinha, cujo domínio do novo meio “imediato” da televisão (Martín-Barbero) ajuda-lhe a conquistar um vasto público nacional e assim conferir aos tropicalistas uma visibilidade jamais conseguida antes por um movimento de vanguarda no Brasil.

Resumo

Abstract

O circo é uma prática fundamental para melhor se compreender as negociações contenciosas entre os intelectuais brasileiros e a cultura de massas durante o processo da modernização. Este artigo se propõe a articular alguns pontos de contato entre o Modernismo brasileiro (anos 20–30) e o Tropicalismo (anos 60) a partir do imaginário cultural circense tão relevante para ambos os períodos. Neste contexto, Piolim [Abelardo Pinto] e Chacrinha [Abelardo Barbosa] impõem-se respectivamente como figuras paradigmáticas, já que os dois palhaços célebres servem como modelos para uma produção cultural de vanguarda ao mesmo tempo tradicional e moderna, crítica e popular. Contudo, Piolim e Chacrinha não somente servem como matéria prima nas intervenções de artistas tais como Mário de Andrade e Caetano Veloso, mas também apropriam-se da intelectualidade brasileira para alcançar “agência” própria. Isso acontece particularmente no caso de Chacrinha, cujo domínio do novo meio “imediato” da televisão (Martín-Barbero) ajuda-lhe a conquistar um vasto público nacional e assim conferir aos tropicalistas uma visibilidade jamais conseguida antes por um movimento de vanguarda no Brasil.

This article requires a subscription to view the full text. If you have a subscription you may use the login form below to view the article. Access to this article can also be purchased.

Purchase access

You may purchase access to this article. This will require you to create an account if you don't already have one.