The Writer as Visual Artist

Clarice Lispector’s A Paixão segundo G.H. in Dialogue with the Neo-Concrete Art Movement

Joyce Anitagrace
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Resumo

A narradora do livro A Paixão segundo G.H. de Clarice Lispector se depara com uma obra de arte que transforma a sua vida. Ela nos adverte então que a dita obra não é “um ornamento” e sim “uma escrita” nos guiando assim por uma trajetória reflexiva que conecta a escrita à experiência visual e desvincula o Eu do campo da linguagem comum. Da mesma forma, G.H. nos apresenta a experiência visual como sendo também corporal, de um corpo situado em distintas realidades de gênero, raça e classe social. Em sua crítica à visão tradicional do relacionamento entre o Eu e o Outro, Lispector toma vários aspectos das artes visuais (o técnico de desenho da perspectiva com um ponto de fuga, a lente singular da fotografia) para melhor explicar o poder libertador da linguagem. Daí a importância de se analisar as experimentações visuais que definiam o millieu artístico dentro do qual Lispector escreve, foco que serviria como uma nova chave de interpretação das inovações traçadas no romance. Contemporaneamente, nos anos 50 e 60, o movimento Neoconcreto, particularmente na sua dimensão visual, também procurava se livrar dos relacionamentos tradicionais entre a obra de arte, o espectador e o artista. No lugar de um “espectador”, os Neoconcretistas pleiteavam a figura de “participante” capaz de interagir e, assim, redefinir a obra de arte. O presente artigo busca analisar A Paixão segundo G.H. por meio da análise do Movimento Neoconcreto; de modo especial, da obra de Lygia Clark que, ao afirmar a existência de uma “linha orgânica” que se estende para fora da moldura, apresenta obras que exigiam a manipulação física do “participante” dado que essas não existiriam sem a participação do mesmo. Propõe-se ainda que, ao elucidar o mundo artístico do romance, o Movimento Neoconcreto pode também ser melhor compreendido com base no romance analisado.

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