Este ensaio procura enxergar o homoerotismo em Dom Casmurro, de Machado de Assis, por meio da análise do modo como a própria narrativa se constrói. Para isso, em primeiro lugar observa o papel desempenhado pelas “cenas” no romance; como a narrativa memorialística se dá por meio da evocação de momentos estanques do passado, reencenados no discurso do narrador. Em seguida, investiga à luz da psicanálise a natureza do sentimento “ciúme,” central na obra, e o seu vínculo intrínseco com o homoerotismo. Depois, procura localizar em outros momentos da obra machadiana (mais especificamente, nos contos e crônicas) figurações do traço homoerótico. Por fim, recorrendo à noção de “literatura menor,” de Deleuze e Guattari, defende a hipótese de que, em Dom Casmurro, o homoerotismo pode ser pensado em três dimensões: representativa, existencial e hermenêutica.
Resumo
Este ensaio procura enxergar o homoerotismo em Dom Casmurro, de Machado de Assis, por meio da análise do modo como a própria narrativa se constrói. Para isso, em primeiro lugar observa o papel desempenhado pelas “cenas” no romance; como a narrativa memorialística se dá por meio da evocação de momentos estanques do passado, reencenados no discurso do narrador. Em seguida, investiga à luz da psicanálise a natureza do sentimento “ciúme,” central na obra, e o seu vínculo intrínseco com o homoerotismo. Depois, procura localizar em outros momentos da obra machadiana (mais especificamente, nos contos e crônicas) figurações do traço homoerótico. Por fim, recorrendo à noção de “literatura menor,” de Deleuze e Guattari, defende a hipótese de que, em Dom Casmurro, o homoerotismo pode ser pensado em três dimensões: representativa, existencial e hermenêutica.
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