Este artigo analisa como, em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, a novidade literária é resultado, em parte, da transposição de aspectos retóricos e poéticos da escrita dos periódicos. No século XIX, a escrita jornalística foi (re)inventada a partir do repositório de formas oferecidas pela literatura, além de operada pelos homens de letras. Machado de Assis, graças ao seu contato constante com a escrita para jornais e revistas, aproveitou algumas de suas características em sua própria criação literária: a plasticidade da página dos jornais, a circulação entre os textos dentro do suporte periódico, uma escala entre a ficção e a referencialidade criada pelo próprio sistema textual e de representação da imprensa. A estrutura fragmentada que alimentava e ditava a sensibilidade moderna foi lida plástica e parodicamente pela escrita literária de Machado de Assis, artista especialmente sensível à relação entre a escrita dos textos e seus suportes e veículos.
Resumo
Este artigo analisa como, em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, a novidade literária é resultado, em parte, da transposição de aspectos retóricos e poéticos da escrita dos periódicos. No século XIX, a escrita jornalística foi (re)inventada a partir do repositório de formas oferecidas pela literatura, além de operada pelos homens de letras. Machado de Assis, graças ao seu contato constante com a escrita para jornais e revistas, aproveitou algumas de suas características em sua própria criação literária: a plasticidade da página dos jornais, a circulação entre os textos dentro do suporte periódico, uma escala entre a ficção e a referencialidade criada pelo próprio sistema textual e de representação da imprensa. A estrutura fragmentada que alimentava e ditava a sensibilidade moderna foi lida plástica e parodicamente pela escrita literária de Machado de Assis, artista especialmente sensível à relação entre a escrita dos textos e seus suportes e veículos.
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