Alice no país das rachaduras

Consumo em Quarenta dias de Maria Valéria Rezende

Ligia Bezerra

Abstract

This article focuses on the representation of consumption in Maria Valéria Rezende’s novel Quarenta dias (2014). Departing from Zygmunt Bauman’s perspective on the collateral damages of consumer capitalism in Consuming Life (2007) and from Silviano Santiago’s considerations about poverty in “O cosmopolitismo do pobre” (2004), I argue that Rezende provides a critique to the invisibility of low-income (or no-income) consumers in consumer society. I demonstrate that, through the path that the protagonist of Quarenta dias follows between her daughter’s consumerist world and the survival experience of those that she encounters in the streets of Porto Alegre while wandering through the city, Rezende makes visible certain segments of Brazilian society, such as Northeastern migrants and homeless people. While on this path, the protagonist both rejects and values consumption, depending on its intensity and the reach of its social consequences.

Resumo

Este artigo tem como enfoque a representação do consumo no romance Quarenta dias (2014), de Maria Valéria Rezende. Partindo da concepção de danos colaterais do capitalismo, tal como proposta por Zygmunt Bauman em Consuming Life (2007) e das considerações de Silviano Santiago sobre a pobreza em “O cosmopolitismo do pobre” (2002), argumento que Rezende faz uma crítica à invisibilidade dos consumidores de baixa (ou nenhuma) renda na sociedade de consumo. Demonstro que, a partir do trajeto que percorre a protagonista de Quarenta dias entre o mundo consumista da filha e a experiência de sobrevivência daqueles que aquela encontra nas ruas de Porto Alegre durante as suas andanças, Rezende vai tornando visíveis setores marginalizados da sociedade brasileira, tais como migrantes nordestinos e moradores de rua. Durante este percurso, o consumo é tanto rejeitado quanto valorizado pela protagonista, a depender da sua intensidade e de suas consequências sociais.

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