Abstract
In the early minutes of O som ao redor (Neighboring Sounds, 2012), by director Kleber Mendonça Filho, photographs marked by extradiegetic sounds represent an aesthetic choice that describes how the experience of slavery in colonial Brazil actualizes its effects in a contemporary neighborhood of Northeastern Brazil. This article investigates how O som ao redor engages with Gilberto Freyre’s theories by exposing racialization processes and the impression that violence resulting from racism is inevitable. Through acousmatization, a resource that destabilizes the temporal and spatial limits of diegetic action, this film intervenes in a polarized debate around racism and makes it possible to criticize the hegemonic reading of miscegenation as the visual representation of racial harmony in Brazil. With a sound design that invokes the genre of terror and proposes listening as a racializing act, O som ao redor challenges the ocularcentric myth of racial democracy and the ideology of exclusivist classism.
Resumo
No início de O som ao redor (2012), do diretor Kleber Mendonça Filho, fotografias marcadas por sons extradiegéticos representam uma escolha estética que descreve a influência do passado colonial escravocrata em um bairro contemporâneo do Nordeste do Brasil. Este artigo investiga como O som ao redor confronta as teorias de Gilberto Freyre ao expor processos de racialização e a sensação de que a violência deles resultante se faz inevitável. Por meio da acousmatization, um recurso que desestabiliza os limites temporais e espaciais da ação diegética, o longa-metragem intervém em um debate polarizado em torno do racismo e possibilita a crítica à leitura hegemônica da miscigenação como uma prova ocular da harmonia racial no Brasil. Com um desenho de som que recorre ao gênero do terror e propõe a escuta como um ato racializante, O som ao redor desafia o mito ocularcêntrico da democracia racial e a ideologia do classismo exclusivista.
- © 2020 by the Board of Regents of the University of Wisconsin System
This article requires a subscription to view the full text. If you have a subscription you may use the login form below to view the article. Access to this article can also be purchased.