Abstract
Galileia (2008), de Ronaldo Correia de Brito, ilustra uma versão contemporânea do sertão e tem sido aclamada por trazer o romance regionalista para o séc. XXI, modernizando-o. Este artigo afasta-se da leitura dada às inovações de Brito, essencialmente em termos de ruptura, e olha para a novela, ao invés disso, como um prolongamento e reflexão crítica sobre a tradição regionalista brasileira. Salientando a sua intertextualidade—em particular—com Grande sertão: veredas, considero que Galileia expõe o desejo vão e ambivalente de repudiar a herança regional como parte integrante da sensibilidade regionalista. Concluo que, ao reformular a ruptura—por si mesma, uma forma de repetição—e examinar o papel da narrativa em reforçar e reinventar uma herança pesada, Galileia serve de pedra de toque para debates contemporâneos acerca do Regionalismo Crítico, e a natureza performativa da pertença no mundo moderno.
Resumo
Abstract
Galileia (2008), de Ronaldo Correia de Brito, ilustra uma versão contemporânea do sertão e tem sido aclamada por trazer o romance regionalista para o séc. XXI, modernizando-o. Este artigo afasta-se da leitura dada às inovações de Brito, essencialmente em termos de ruptura, e olha para a novela, ao invés disso, como um prolongamento e reflexão crítica sobre a tradição regionalista brasileira. Salientando a sua intertextualidade—em particular—com Grande sertão: veredas, considero que Galileia expõe o desejo vão e ambivalente de repudiar a herança regional como parte integrante da sensibilidade regionalista. Concluo que, ao reformular a ruptura—por si mesma, uma forma de repetição—e examinar o papel da narrativa em reforçar e reinventar uma herança pesada, Galileia serve de pedra de toque para debates contemporâneos acerca do Regionalismo Crítico, e a natureza performativa da pertença no mundo moderno.
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