Entrevista com Dan Hicks (Oxford University)

A devolução de artefactos aos países de origem pode ser o início de um processo de restituição cultural

Vítor de Sousa, Sheila Khan and Carlos Alberto Máximo Pimenta

Abstract

Today, in Europe, every museum displays the spoils that stem from the curation of an empire, not to mention that the objects shown are almost all stolen, as Dan Hicks (Oxford University and curator of the Pitt-Rivers Museum in Great Britain) notes. Hicks advocates the urgent return of these artefacts as part of a broader project aimed at dealing with the outstanding debt of colonialism. Few artefacts better embody this history of voracious and extractive colonialism than the Benin Bronzes, a collection of thousands of carved brass plates and ivory tusks that depict the history of the Royal Court of the Obas of the City of Benin, Nigeria, sacked during a British naval attack in 1897. This is the main idea of the following interview with Dan Hicks where he underlines what he had already made clear in his book published in 2020 titled The Brutish Museums: The Benin Bronzes, Colonial Violence and Cultural Restitution.

Hoje, na Europa, qualquer museu mostra espólios que decorrem da curadoria de um império, sem mencionar que os objetos mostrados são quase todos roubados, como observa Dan Hicks (Universidade de Oxford e curador do Museu Pitt-Rivers, na Grã-Bretanha), que defende a sua devolução urgente, como parte de um projeto mais amplo destinado a lidar com a dívida pendente do colonialismo. Poucos artefactos incorporam melhor essa história de colonialismo voraz e extractivista do que os Bronzes do Benim, uma coleção de milhares de placas de latão e presas de marfim esculpidas que retratam a história da Corte Real dos Obas da Cidade de Benim, na Nigéria, saqueada durante um ataque naval britânico em 1897. Esta é a ideia-chave da entrevista que lhe foi feita e onde sublinha o que já deixara claro no livro que publicou em 2020 intitulado The Brutish Museums: The Benin Bronzes, Colonial Violence and Cultural Restitution.

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Resumo

Abstract

Today, in Europe, every museum displays the spoils that stem from the curation of an empire, not to mention that the objects shown are almost all stolen, as Dan Hicks (Oxford University and curator of the Pitt-Rivers Museum in Great Britain) notes. Hicks advocates the urgent return of these artefacts as part of a broader project aimed at dealing with the outstanding debt of colonialism. Few artefacts better embody this history of voracious and extractive colonialism than the Benin Bronzes, a collection of thousands of carved brass plates and ivory tusks that depict the history of the Royal Court of the Obas of the City of Benin, Nigeria, sacked during a British naval attack in 1897. This is the main idea of the following interview with Dan Hicks where he underlines what he had already made clear in his book published in 2020 titled The Brutish Museums: The Benin Bronzes, Colonial Violence and Cultural Restitution.

Hoje, na Europa, qualquer museu mostra espólios que decorrem da curadoria de um império, sem mencionar que os objetos mostrados são quase todos roubados, como observa Dan Hicks (Universidade de Oxford e curador do Museu Pitt-Rivers, na Grã-Bretanha), que defende a sua devolução urgente, como parte de um projeto mais amplo destinado a lidar com a dívida pendente do colonialismo. Poucos artefactos incorporam melhor essa história de colonialismo voraz e extractivista do que os Bronzes do Benim, uma coleção de milhares de placas de latão e presas de marfim esculpidas que retratam a história da Corte Real dos Obas da Cidade de Benim, na Nigéria, saqueada durante um ataque naval britânico em 1897. Esta é a ideia-chave da entrevista que lhe foi feita e onde sublinha o que já deixara claro no livro que publicou em 2020 intitulado The Brutish Museums: The Benin Bronzes, Colonial Violence and Cultural Restitution.

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