Abstract
This article develops a comparative study between the representation of migrants’ experiences in the 1989 short story “Rodrigo” by Orlanda Amarílis (a Cape Verdean author) and the novella Lucy (1990) by Jamaica Kincaid (a Caribbean writer from Antigua). In these texts, I compare character’s memories of their own island motherlands, their representation of immigrants’ negotiation of a sense of self and belonging between different societies and cultures and, simultaneously, their perspectives on Portugal and the USA as host societies. I also consider a gender perspective in the discussion of these migrant narratives since women’s social roles and social expectations regarding gender are addressed by both writers. This comparative study between an instance of Caribbean literature in English and a short narrative from a Portuguese/Creole speaking African archipelago is innovative as it breaks language barriers that have kept these literatures apart when, in fact, they invoke similar sociopolitical contexts, with high emigration rates and a past colonial history that relied on racism and deterritorialization as founding features for both societies. How do contemporary writers deal with this heritage? And, more specifically, how do these women writers see women’s challenges within the frame of a migrant and postcolonial condition?
Este artigo desenvolve um estudo comparativo entre a representação da vida dos emigrantes no conto “Rodrigo” (1989), de Orlanda Amarílis (autora cabo verdiana), e a novela Lucy (1990), de Jamaica Kincaid (escritora caribenha, de Antígua). Comparo as memórias das personagens emigrantes nestes textos em relação à sua pátria insular, as suas percepções de si e do sentido de pertença em relação a diferentes sociedades e culturas, e ainda, as suas perspectivas sobre Portugal e os EUA como sociedades de acolhimento. Também considero questões de género na análise destas narrativas de imigração no ocidente, uma vez que ambas as autoras abordam papéis sociais e expectativas coletivas em relação a comportamentos femininos. Este estudo comparativo entre um exemplo da literatura caribenha de língua inglesa e um outro caso de um arquipélago africano de língua portuguesa/crioula é inovador porque quebra barreiras linguísticas que têm mantido estas literaturas separadas, quando, de facto, invocam contextos sociopolíticos semelhantes, marcados por elevados índices de emigração e uma história de colonização que se baseou em racismo e de-territorialização como características fundadoras nestas duas sociedades. Como lidam os escritores contemporâneos com esta herança? E mais especificamente, como veem estas autoras os desafios das mulheres que experienciam uma condição migrante e pós-colonial?
Resumo
Abstract
This article develops a comparative study between the representation of migrants’ experiences in the 1989 short story “Rodrigo” by Orlanda Amarílis (a Cape Verdean author) and the novella Lucy (1990) by Jamaica Kincaid (a Caribbean writer from Antigua). In these texts, I compare character’s memories of their own island motherlands, their representation of immigrants’ negotiation of a sense of self and belonging between different societies and cultures and, simultaneously, their perspectives on Portugal and the USA as host societies. I also consider a gender perspective in the discussion of these migrant narratives since women’s social roles and social expectations regarding gender are addressed by both writers. This comparative study between an instance of Caribbean literature in English and a short narrative from a Portuguese/Creole speaking African archipelago is innovative as it breaks language barriers that have kept these literatures apart when, in fact, they invoke similar sociopolitical contexts, with high emigration rates and a past colonial history that relied on racism and deterritorialization as founding features for both societies. How do contemporary writers deal with this heritage? And, more specifically, how do these women writers see women’s challenges within the frame of a migrant and postcolonial condition?
Este artigo desenvolve um estudo comparativo entre a representação da vida dos emigrantes no conto “Rodrigo” (1989), de Orlanda Amarílis (autora cabo verdiana), e a novela Lucy (1990), de Jamaica Kincaid (escritora caribenha, de Antígua). Comparo as memórias das personagens emigrantes nestes textos em relação à sua pátria insular, as suas percepções de si e do sentido de pertença em relação a diferentes sociedades e culturas, e ainda, as suas perspectivas sobre Portugal e os EUA como sociedades de acolhimento. Também considero questões de género na análise destas narrativas de imigração no ocidente, uma vez que ambas as autoras abordam papéis sociais e expectativas coletivas em relação a comportamentos femininos. Este estudo comparativo entre um exemplo da literatura caribenha de língua inglesa e um outro caso de um arquipélago africano de língua portuguesa/crioula é inovador porque quebra barreiras linguísticas que têm mantido estas literaturas separadas, quando, de facto, invocam contextos sociopolíticos semelhantes, marcados por elevados índices de emigração e uma história de colonização que se baseou em racismo e de-territorialização como características fundadoras nestas duas sociedades. Como lidam os escritores contemporâneos com esta herança? E mais especificamente, como veem estas autoras os desafios das mulheres que experienciam uma condição migrante e pós-colonial?
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