RT Journal Article SR Electronic T1 Panis et Circensis JF Luso-Brazilian Review JO Luso-Braz Rev FD University of Wisconsin Press SP 199 OP 219 DO 10.1353/lbr.2014.0002 VO 51 IS 1 A1 Jason Borge YR 2014 UL http://lbr.uwpress.org/content/51/1/199.abstract AB O circo é uma prática fundamental para melhor se compreender as negociações contenciosas entre os intelectuais brasileiros e a cultura de massas durante o processo da modernização. Este artigo se propõe a articular alguns pontos de contato entre o Modernismo brasileiro (anos 20–30) e o Tropicalismo (anos 60) a partir do imaginário cultural circense tão relevante para ambos os períodos. Neste contexto, Piolim [Abelardo Pinto] e Chacrinha [Abelardo Barbosa] impõem-se respectivamente como figuras paradigmáticas, já que os dois palhaços célebres servem como modelos para uma produção cultural de vanguarda ao mesmo tempo tradicional e moderna, crítica e popular. Contudo, Piolim e Chacrinha não somente servem como matéria prima nas intervenções de artistas tais como Mário de Andrade e Caetano Veloso, mas também apropriam-se da intelectualidade brasileira para alcançar “agência” própria. Isso acontece particularmente no caso de Chacrinha, cujo domínio do novo meio “imediato” da televisão (Martín-Barbero) ajuda-lhe a conquistar um vasto público nacional e assim conferir aos tropicalistas uma visibilidade jamais conseguida antes por um movimento de vanguarda no Brasil.