RT Journal Article SR Electronic T1 Fado in Diaspora JF Luso-Brazilian Review JO Luso-Braz Rev FD University of Wisconsin Press SP 210 OP 232 DO 10.3368/lbr.53.1.210 VO 53 IS 1 A1 Kimberly DaCosta Holton YR 2016 UL http://lbr.uwpress.org/content/53/1/210.abstract AB O objectivo deste ensaio é examinar um grupo de fadistas luso-americanos de segunda geração, residentes de New Jersey, pesquisando as maneiras em que as dinâmicas de performance do fado na diáspora se mudaram/alteraram através do uso intenso de tecnologia. Estes fadistas jovens têm utilizado portais e plataformas online para se auto-ensinarem como cantar e tocar fado no estado de isolamento, e para “bloguearem” sobre as suas experiências nos portais pessoais e no facebook. Na ausência de casas de fado em New Jersey, estágios de internet, informais e auto-guiados, tornaram-se estratégias fundamentais para a aprendizagem de cantar fado em diáspora. Tais “estágios de internet” também levaram à combinação mais fácil de géneros musicais de origem norte americana com o fado. O uso intenso de tecnologia entre os fadistas da segunda geração nos EUA não só mudou as normas pedagógicas na aprendizagem do fado, como também facilitou uma alteração no etos tradicional do fado. O sistema de valor performativo que, durante a maior parte do século XX em Portugal, enfatizou o mistério, o sigilo, o amortalhamento, tem sido desafiado pelos fadistas jovens da diáspora que participam num etos mais direto e desvendado de auto-revelação e auto-promoção. Este ensaio propõe que a dinâmica de exposição não só se relaciona com a nova tecnologia, mas também é condicionada pelo contexto da migração e pela necessidade de afirmar uma identidade étnica num contexto norte americano de ambiguidade e confusão. Os fadistas da segunda geração utilizam o fado enquanto moeda, uma estenografia por afiliação geográfica e herança cultural.1